22 janeiro 2009

Nomeados Oscars 2009





















Será já do conhecimento de qualquer cinéfilo que se preze que foram hoje anunciadas as nomeações para os Oscars. A cerimónia, com a devida pompa e circunstância, está marcada para dia 22 de Fevereiro e a apresentação ficará a cargo de Hugh Jackman.

* Lista de nomeados
* Versão para imprimir (pdf)

Este ano poderemos ver todos os nomeados na categoria de melhor filme antes da cerimónia. Deixamos, portanto, a lista de nomeados nesta categoria (incluindo link para o site oficial) e a respectiva data de estreia em Portugal:

* O Estranho Caso de Benjamin Button (15 Janeiro)
* Frost/Nixon (22 Janeiro)
* Milk (29 Janeiro)
* The Reader (12 Fevereiro)
* Slumdog Millionaire (19 Fevereiro)

Os Suspeitos do Costume cá estarão, a fazer noitada no estúdio 1 da Rádio Universidade de Coimbra, para quem apreciar a boa companhia na noite da maior festa do Cinema!

Até lá, bom cinema!

13 janeiro 2009

Os meus melhores do ano - Parte IV


Noir Europeu, primeira longa-metragem de Martin Mcdonagh. Comédia subtil e negra, sempre em tons que escapam à convencionalidade. A cidade de Bruges é protagonista por fornecer um cenário bucólico a uma estória de gangsters com príncipios muito rígidos. Destaque para os dois actores principais, Brendan Gleeson e Colin Farrel, ambos nomeados para Globos de Ouro, o ultimo a vencer a categoria de Melhor Actor em Comédia ou Musical.

Os meus melhores do ano - Parte III


Já começa a ser lugar-comum encontrar um filme da Pixar nas listas de melhores do ano, mas sempre com esta qualidade é um lugar-comum que se recebe de braços abertos. "Wall.E", de Andrew Stanton, inspira-se nos clássicos comediantes pioneiros da Linguagem Cinematográfica. Chaplin, Buster Keaton, Harold Lloyd, todos eles deram um contributo na altura em que o Cinema contava as suas estórias sem o auxilio do som síncrono e a primeira meia-hora de Wall-E é o exemplo de como esta linguagem se mantém viva e fresca. Um dos melhores do ano, sem qualquer favor, e sem a necessidade de categorização em qualquer género.

Os meus melhores do ano - Parte II


"Entre os dedos", da dupla Tiago Guedes e Frederico Serra, com argumento de Rodrigo Guedes de Carvalho é um murro no estomago. Seco, dificil de assistir, com um dominio da linguagem cinematográfica já assinalável para quem ainda vai na segunda longa-metragem. Apelo comercial é zero, mas o valor artístico é imenso. O Neo-Realismo Português está em grande forma.
p.s.- tentei, mas não consegui encontrar uma imagem decente do poster, esta não é a melhor, mas terá de servir.

Do Cinema Português: Sinopses

Esta semana teremos a oportunidade de ver estrear em Coimbra dois filmes nacionais. Representantes de duas tendências claramente marcadas não só no cinema português, mas também na industria do cinema mundial. "Veneno Cura", segunda longa-metragem de Raquel Freire; e "Contrato", estreia na realização do veterano Nicolau Breyner.
Algo me atormenta em particular quando leio as sinopses das estreias nacionais. A interpretação que é transmitida ao potencial espectador em vez de o esclarecer sobre a narrativa do filme a que pondera assistir. A sinopse oficial de "Veneno Cura" reza da seguinte forma:
«Na noite escura. Quando perdes tudo o que há para Perder, o que é que te faz continuar? O teu pior? O teu melhor? O que te impede de te atirares da ponte na primeira oportunidade?»
Qual é a estória? Como se chama a personagem principal? Será que existe uma personagm principal ou várias estórias cruzadas? Qual é a minha motivação, enquanto espectador comum, para ir ver este filme? Esta sinopse consegue a proeza de explicar absolutamente zero ao espectador sobre o conteúdo narrativo do filme! Além de lançar várias questões abertas e de índole reflexiva, apenas nos localiza num período temporal que pode nem sequer ter qualquer relação com a narrativa.
O filme pode ser fantástico, mas esta sinopse não chama o espectador com uma narrativa, lança-lhe pistas para uma interpretação sobre o sub-texto, algo que ele deveria fazer livremente, sem sentir quaisquer condicionalismos que não os intrínsecos à obra.
A forma como apresentam determinada obra ao publico pode marcar a carreira comercial do filme. Uma indicação enganadora pode falhar o publico-alvo da obra e fazer com que os resultados de bilheteira reflictam um enganador fracasso. No caso concreto de "Veneno Cura" é impossível discernir com rigor o que quer que seja sobre a narrativa do filme. Ao invés, temos um texto críptico que parece destinado a afastar espectadores em vez de os atrair.
Se o cinema português quer um público, o seu público, o público português, talvez seja melhor começar a prestar mais atenção a estes pequenos pormenores que valem muito sobre a sua percepção colectiva.

29 dezembro 2008

Os meus melhores de 2008, sem qualquer tipo de ordem, Parte I

Alegoria sobre a decadência da moralidade do Homem cujo destino previsível é a miséria colectiva, quando a solidariedade é abolida da conduta do quotidiano, “Ensaio sobre a Cegueira”- o filme- perde muito pouco em relação à obra escrita; além do inevitável problema que qualquer adaptação sofre, de poder desiludir a visão pessoal do leitor sobre o romance, apenas é de realçar como as descrições visuais de Fernando Meirelles são mais contidas que as descrições escritas de José Saramago. A destacar a opção de Meirelles pelo branco como cor dominante, por vezes mesmo a ocupar a tela por inteiro, sem deixar espaço a qualquer outra forma reconhecível, um comentário do realizador ao mundo de 2008, actualizando a estória de 1995, fazendo o publico sentir um pouco da doença-branca de que as personagens sofrem? A destacar ainda o trabalho de caracterização do espaço do manicómio abandonado, onde nada funciona como devia e onde a sujidade se vai acumulando em quantidades cada vez maiores; como ponto negativo a pontuação irónica que a banda sonora por vezes empresta a cenas que, noutro contexto seriam alvo de riso, mas neste filme poderiam adquirir uma carga dramática suplementar, se bem utilizadas.
Feito sem dinheiro americano, com financiamente japonês, canadiano e brasileiro, Fernando Meirelles consegue uma obra verdadeiramente transnacional, capatando bem o registo apátrida da obra literária. Faz mais pela criação de hábitos de leitura que o Plano Nacional de Leitura - Ler +.

Não pode acabar 2008 sem que recorde 1958






Em Portugal levou o título "A mulher que viveu duas vezes" e sim, o ultimo cartaz tem razão ao chmar-lhe "obra-prima". Fez 50 anos em 2008.

19 novembro 2008

In Bruges (Martin McDonagh, 2008)




Bruges, cidade bucólica. Bruges, cidade medieval. Bruges, destino turístico apreciado pela multiplicidade de turismo cultural á disposição dos visitantes. Bruges, local perfeito para dois assassinos a soldo se esconderem depois de um trabalho que acabou mal. É este o ponto de partida para “Em Bruges”: dois trabalhadores da indústria dos “afastamentos coercivos” são enviados para a cidade belga algumas semanas até que o ambiente causado por um trabalho mal executado se possa dissipar.


Até aqui nada de fantástico num filme que deixa antever, pelo trailer, mais uma estória de gangster ao estilo “Snatch” de Guy Ritchie. Ou seja, muitos tiros, muitos palavrões e personagens idiossincráticas enquanto que o resto do filme passa numa névoa de movimento estilizado. “Em Bruges” não é isto. “Em Bruges” é um Noir-Europeu como há poucos, sendo que aqui não é a cidade o local ameaçador que tão bem é representado no noir clássico, mas é sim um local quase paradisíaco subvertido pela presença de duas figuras que escapam ao bucolismo da “cidade medieval mais bem preservada da Europa”. Sigamos então para as personagens. Comecemos por Ray, interpretado por Colin Farrel, é o jovem impaciente, atormentado pelo tal trabalho que não correu bem e dominado por sentimentos de culpa em relação ao que fez. Para Ray, não só a cidade de Bruges é uma pasmaceira, como também o país onde ela se encontra, “Porque é que alguém tem de ir à Bélgica?” deixa a interrogação ao espectador no final do filme. Ao bom estilo do cinema noir, a culpa e os tormentos de Ray são finalmente ultrapassados quando este consegue relacionar-se com a mulher redentora do filme. Ken é mais velho que Ray. Ken aprecia o tempo passado em Bruges como uma verdadeira oportunidade para relaxar e acalmar, ao contrário de Ray. É o mentor deste, tendo os dois uma relação com uma dinâmica pai-filho que Ken será obrigado a testar por imposição de Harry. Harry é o patrão dos dois. Apesar de não ter meias-medidas no tratamento dos seus empregados, Harry é um homem de príncipios, o que não deixa de ser uma ironia, tratando-se de um gangster. Há ainda que referir o anão racista (do qual não me lembro do nome), cereja no topo do bolo de humor negro e seco que é este filme. A festa com o anão e as prostitutas a que Ken e Ray vão é uma das peças centrais na definição do tom de comédia negra, apesar de ser apenas um interlúdio na narrativa principal da relação entre Ray e Ken.


Primeira longa-metragem de Martin Mcdonagh, este que é já um realizador oscarizado com a curta Six-Shooter, faz aqui bem a transição para formatos de maior duração. O filme aproveita bem a paisagem de Bruges para lançar mão de alguns planos extremamente belos, enquanto deixa a narrativa a fermentar. Nada a destacar no campo da fotografia, mas a banda sonora merece destaque, com o minimalismo a saltar à cabeça.


“Em Bruges” é um filme sobre a inocência, como se perde, como a recuperar, se é que é possível e como a manter num contexto extremamente contraditório com ela. Excelentes desempenhos dos três actores principais, Brendan Gleeson, Ralph Finnes e, sobretudo, Colin Farrel.

Este eu pagava para ver

17 novembro 2008

Saudades de William Shatner

Lembram-se do Star Trek? Do William Shatner, do Leonard Nimoy, do James Doohan, da Nichelle Nichols e do DeForrest Kelley e do George Takei?

Eu lembro, e tenho saudades deles. Até do Patrick Stewart, do Johnathan Frakes e do Brent Spinner.

Bons tempos, grandes estórias e actores capazes de nos fazer acreditar que um painel com luzes a piscar eram o controlo da Drive-Warp e do Teletransportador.

Bem, acho que fiz passar o suficiente para passar a ideia de que estou bastante céptico quanto a esta re-invenção do Star Trek, da qual os argumentistas já disseram que precisava de mais "Star Wars".

O trailer, portanto, e esperemos pelo dia 8 de Maio do próximo ano.


A turma: assimilar depois de ver

Antes que a oportunidade passe (e que o ano lectivo entre em pousio para as festividades da época) não quero deixar de falar de "Entre les murs", filme de Laurent Cantet que conquistou a última edição do festival de Cannes - o primeiro francês a fazê-lo em vinte e um anos.

Importa referir primeiramente que "A turma" (nome por que é designado em Portugal) é, logo ao nível da sua concepção, um objecto especial.
É baseado num livro de François Bégaudeau, que acumula este papel com o de protagonista (o professor de francês e elo entre a escola e as famílias). Na esteira deste, nenhum dos envolvidos era actor até esta data. Isso não será pioneiro (lembramo-nos, por exemplo, de Larry Clark), mas não deixa de ser curioso, até porque cada um dos intervenientes faz (e bem) de si próprio. Alunos, professores e pais tiveram, assim, a oportunidade de transpor para o grande ecrã um pouco da sua vida.

A acção desenrola-se numa escola no centro de Paris. O multiculturalismo é uma evidência (como seria de esperar de uma capital europeia cosmopolita) e, com ele, as as dificuldades e necessidades especiais destes jovens oriundos de bairros problemáticos. É esta experiência, que abrange um ano lectivo, que Bégaudeau tenta gerir da melhor forma para que, no final, os seus alunos se sintam, se não sabedores, pelo menos estimulados.

O professor é, então, um acérrimo defensor destes adolescentes. Tenta entrar no seu mundo, adaptando o programa curricular às suas motivações e deixando-o, não em raras ocasiões, de lado, em favor da construção de raciocínios e o inculcamento de valores universais. Na maioria dos casos opta por sabotar as tensões antes que estas se materializem. Esta posição chega a prejudicá-lo, ganhando a inimizade dos colegas e de alguns alunos que se aproveitam da sua postura. que o coloca por vezes demasiado próximo de quem é suposto tutorar.

É um retrato acutilante da França (e da Europa) contemporânea, cujas convulsões sociais a que temos assistido nos últimos anos são apenas a o reflexo desta evidência. Porque o multiculturalismo existe e deve ser celebrado. O preconceito e a ignorância derrubam-se através da educação.

"A turma" oferece valiosos ensinamentos para pais e professores, para que uns compreendam a posição dos outros, e sobretudo para que deste equilíbrio aproveitem as crianças. Para os progenitores, fica a ideia de que esta é de facto uma profissão/missão difícil e que os seus filhos são um produto da sua educação (ou falta dela). Para os docentes fica uma abordagem inteligente e alternativa aos tradicionais caminhos que levam à exasperação e ao insucesso.

14 novembro 2008

Entre guardiões e aprendizes de feiticeiros



Para tentar recuperar da frustração de ter chegado às bilheteiras dos cinemas do Dolce Vita para ver o "Blindness" e ter batido com o nariz na porta, vou publicar o meu primeiro post aqui no estaminé.

Depois de a Warner ter ganho uma pipa de massa com o "The Dark Knight" (TDK para os amigos), a coisa parece já estar bem encaminhada para o próximo ano.

Os estúdios dos irmãos Warner acabam de lançar os trailers de duas das suas maiores promessas do ano que vem.

Se por um lado temos o suposto "Citizen Kane" dos filmes de super-heróis (citando o Fernando a citar a Empire) de nome "Watchmen" (com um belo trailer aqui) , do outro temos a certeza chamada Harry Potter, que mesmo depois de ter acabado literariamente (e eu aqui acredito que esse fim tenha sido apenas uma pausa, já que uma galinha dos ovos de ouro não se mata assim), ainda vai levar milhões de adolescentes na idade do armário às salas mundiais para verem o "Harry Potter and the Half Blood Prince", algures durante o próximo mês de Junho (trailer surpreendentemente interessante, aqui).

Em relação ao "Blindness", amanhã não me escapa. Já tenho os bilhetes meticulosamente guardados num compartimento secreto da minha carteira. Não vá o diabo tecê-las.

12 novembro 2008

Sem hesitar...

É um dos melhores do ano. Sim, no mesmo ano em que estreiam über-produções como "O Cavaleiro das Trevas", filmes para toda a gente como "Wall.E" e (em Portugal) tivemos dose dupla de Irmãos Coen. "Em Bruges" é, na sua simplicidade de pequeno filme britânico, uma pequena pérola que deve ser vista com a maior brevidade pois a ditadura dos musicais de liceu parece estar para durar.
Deixo também o poster do filme e prometo uma crítica mais completa para breve.

P.S. Vai ficar em Coimbra, pelo menos, mais uma semana.

Being Jean-Claude Van Damme



Um obrigado ao JBM, que me alertou para esta preciosidade...

Hoje não há programa

A Rádio Universidade de Coimbra transmite, em directo a partir da Cantina dos Grelhados, uma Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra.

Ponto Único, discussão da comissão de alteração dos Estatutos da AAC. Os Suspeitos voltam na próxima semana, no horário normal.
 

Os Suspeitos do Costume _ O Cinema na RUC _ 107.9 FM © 2008. RUC Emissão Online